sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo

"Nós abriremos o livro. Suas páginas estão em branco. Nós vamos pôr palavras nele. O livro chama-se Oportunidade e seu primeiro capítulo é o Dia de ano novo."

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Cleópatra Biografia de Cleópatra e realizações históricas, relacionamentos amorosos, seu reinado, Júlio César e Marco Antônio.

Quem foi 
Cleópatra foi a última Rainha da Dinastia ptolomaica que dominou o Egito após a Grécia ter invadido aquele país. Filha de Ptolomeu XII com sua irmã, ela subiu ao trono egípcio aos 17 anos de idade, após a morte do pai. Contudo, ela teve que dividir o trono com seu irmão, Ptolomeu XIII (com quem casou), e depois, com Ptolomeu XIV.
Biografia , personalidade e atuação política
Tinha uma grande preocupação com o luxo da corte e com a vaidade. Costumava enfeitar-se com jóias de ouro e pedras preciosas ( diamantes, esmeraldas, safiras e rubis ), que encomendava de artesãos ou ganhava de pessoas próximas e familiares.
A luta pelo poder entre ela e seus irmão gerou uma forte instabilidade política e econômica para o Egito. Diante disso, ela acabou exilada e decidiu pedir o auxílio de Roma ( atual Itália ). Sedutora e extremamente inteligente, ela sabia utilizar-se muito bem do poder que detinha. Num plano audacioso e arriscado, ela enviou a si própria, embrulhada dentro de um tapete, como presente a Júlio César. Após desenrolar-se do tapete, seu argumento foi tão ousado quanto seu plano, ao dizer que havia ficado encantada com as histórias amorosas de César e assim queria conhece-lo. Tornaram-se amantes e ele a ajudou assassinar seu irmão em 51 A.C. Após isto, ela tornou-se a rainha e foi para Roma, onde deu a luz a Cesarion. 
A rainha retornou à terra natal após o assassinato de César, em 44 a.C. Ainda mais ambiciosa, ela tomou conhecimento da posição importante que Marco Antônio se encontrava na Anatólia, que ocupava o cargo de  governador da porção oriental do Império Romano. Estimulada pela ambição que lhe era comum, a rainha seduziu este outro romano iniciando com ele um relacionamento amoroso em 37 A.C. 
Durante o período que estiveram em Alexandria, ela deu dois filhos a Marco Antonio que, em troca, devolveu-lhe os territórios de Cirene e outros, que até aquele momento, estavam sob o domínio do Império Romano. 
A atitude de Marco Antônio, que se deixava dominar cada vez mais pelo pode de sedução da rainha, devolvendo-lhe as terras que haviam sido conquistadas pelo Império Romano, incomodou de tal forma o Senado romano, que, este, declarou guerra a ambos. Após serem derrotados por Otávio na batalha naval de Ácio, ambos cometeram suicídio, tendo Cleópatra se deixado picar por uma serpente, em Alexandria, no ano 30 a.C. Após isto, o Egito voltou às mãos de Roma. 

CÍRIO DE NAZARÉ: "A POROROCA DA FÉ"

Adriana Bisi Nicolau

Nesse trabalho não há a pretensão de interpretar o acontecimento religioso da forma como se apresenta, uma vez que ao fazê-lo, perderia-se seu koan, o que há de mais sagrado nele. Tenta-se de forma simples amplificar seus símbolos, clarificá-los e explorar as riquezas que contém, para se possível, compreendê-los e senti-los de forma profunda, e quem sabe, arquetípica. Há o cuidado de fazer a interpretação sem afastá-los de sua imagem original, preservando assim sua prima imago; caso contrário, a imagem do símbolo perderia-se nas associações e investigações do mesmo.
A história do Círio será aqui descrita desde o primeiro milagre realizado pela Santa em Portugal, até a sua chegada em Belém, onde ocorreu um novo milagre, e continua na descrição do Círio, festa religiosa elaborada como demanda do povo em agradecimento à Nossa Senhora. A partir daí dá-se início ao trabalho com os símbolos.
O Círio de Nazaré é realizado no segundo domingo de outubro desde 1793. A estátua da Santa teve origem na cidade de Nazaré na Galiléia, a imagem representa a Virgem Maria, tendo em seus braços o Menino Jesus segurando uma esfera azul.
A imagem da Santa passou a ser cultuada em Portugal, em decorrência do milagre ocorrido na manhã do dia 14 de setembro de 1182 com D. Fuas Roupinho, amigo do rei Afonso Henrique. Durante a perseguição de uma caça, D. Fuas perdeu o controle das rédeas de seu cavalo, o qual corria descontroladamente em direção à um abismo. Desesperado com a possibilidade da morte iminente, D. Fuas lembrou-se da Imagem e exclamou: "Senhora, valei-me!". No mesmo instante o cavalo estancou com ímpeto, cravando as patas traseiras nas pedras, rodopiando sobre e elas pondo a salvo o cavaleiro. A caça e os cachorros despencaram pelo precipício.
A partir de tal acontecimento o fidalgo mandou erigir no local uma capela para a Virgem de Nazaré, que se tornou conhecida como Capela da Memória. Mais tarde em 1377 foi transformada pelo rei D. Fernando em templo maior, elevada à condição de matriz. Desde então, sempre em 14 de setembro, os portugueses se reúnem para reverenciar Nossa Senhora de Nazaré.
A devoção de Nossa Senhora de Nazaré foi introduzida no Pará pelos padres jesuítas, tendo o culto começado na cidade da vigia, no século XVII. O primeiro milagre que deu origem à procissão em Belém, ocorreu em outubro de 1700. Conta-se que um humilde lenhador filho de português, morador do atual bairro de Nazaré, ao andar pelos lados do igarapé Murutucu, onde atualmente fica uma travessa que passa por traz da atual Basílica de Nazaré, encontrou a imagem da Nossa Senhora de Nazaré trazida por algum devoto oriundo da Vigia. Era uma réplica da estátua que se encontra em Portugal, esculpida em madeira, com aproximadamente 28 cm de altura. Ela estava depositada entre pedras lodosas, bastante deteriorada pela ação do tempo. Encantado com a descoberta , o lenhador a levou para sua casa, improvisando ali um pequeno altar. De acordo com a tradição, a imagem não ficou na casa, retornando misteriosamente ao lugar do achado. O fato repetiu-se outras vezes, até que o lenhador decidiu erguer, às margens do igarapé, uma humilde capela. A propagação desse episódio repercutiu como milagre, chamando vários fiéis que iam conhecer a imagem e prestar-lhe culto. O governador da época determinou a remoção da imagem para o Palácio da Cidade. Não obstante a vigília de soldados colocados à porta da capela, a imagem novamente desapareceu, voltando ao seu nicho primitivo. No lugar está erguida, hoje, a suntuosa Basílica de Nossa Senhora de Nazaré.
Em 1773 o Bispo do Pará D. João Evangelista, colocou a cidade sob a proteção de Nossa Senhora de Nazaré. Em 1774 a imagem foi levada à Portugal, onde foi submetida a uma completa restauração. Seu retorno ocorreu em outubro desse mesmo ano, em Romaria que foi acompanhada pelo Bispo, Governador, a tropa e os fiéis. Este foi considerado um autêntico primeiro Círio.
Etimológicamente, a palavra "Círio" quer dizer, 'vela grande de cera'. A procissão reúne centenas de milhares de pessoas, em lento cortejo de quatro horas, entre os quase cinco quilômetros que separam a Catedral Metropolitana da Basílica de Nazaré. Este cortejo é o ápice das manifestações profanas e religiosas que acontecem durante quinze dias: a chamada quadra nazarena. Nesse período vive-se um clima de confraternização e alegria que não chega a ser superado pela tradicional festa natalina.
A procissão é acompanhada nas ruas e através de barcos, na chamada Romaria Fluvial que foi introduzida em 1985, buscando homenagear todos os que vivem na dependência dos rios. O Círio é dividido em três momentos: a Trasladação, o Círio e o Recírio.
A Trasladação é uma procissão à luz de velas; a palavra vem do verbo trasladar que significa 'levar de um lugar a outro', ocorre uma noite antes do Círio. Tem o simbolismo de reviver a história do descobrimento da imagem e de seu retorno ao local do achado. Nela somente a Berlinda (carro onde é levada a imagem da Nossa Senhora) é utilizada; o trajeto da trasladação ocorre no sentido inverso ao do Círio. Aqui é possível observar cenas de muito sacrifício e emoção que atingem proporções semelhantes à do Círio.
O Círio começa às seis horas da manhã com a celebração da missa. As pessoas aos poucos vão indo para as ruas do trajeto do Círio. São como pequenas vertentes que irão formar, aos poucos, o grande caudal a irromper na manhã ensolarada de Belém. Os espaços vão sendo preenchidos até que não haja mais lugar vazio (até as árvores são tomadas pelos fiéis).
Às sete horas o Arcebispo conduz a imagem de Nossa Senhora até a Berlinda, para dar início ao trajeto do Círio.
O Círio tem vários objetos simbólicos que podem ser apreciados durante o seu trajeto, como os carros de recolhimento de promessas, os objetos de promessas, as velas, as crianças vestidas como anjos, as lembranças folclóricas e a corda. Nos carros de recolhimento são depositados os mais variados tipos de pedidos, que vão desde imitações de casas, até de membros humanos, são peças feitas com madeira ou cera. Neles também são levados objetos que simbolizam o agradecimento pela graça alcançada no ano que passou. As velas também são encontradas em grande número simbolizando os pedidos. À esses carros dá-se o nome de Carro dos Milagres.
Dentre os objetos mais conhecidos e os que requerem maior sacrifício físico e emocional, está a Corda, a grande promessa. A corda foi incorporada na procissão em 1868, veio substituir a junta de bois que puxava o carro da Santa, posteriormente passou a separar a Berlinda da multidão. É um grosso trançado de sisal que possui alguns quilômetros de comprimento. Fica ao redor da Berlinda e do Carro dos Milagres. Na Corda o que se vê é uma impressionante coreografia de vai-e-vem ondulante. Músculos retesados, rostos comprimidos, pés descalços, suores banhando os corpos já inteiramente colados uns aos outros. Nela ninguém consegue controlar aqueles movimentos involuntários ditados por uma força presente, mas invisível. A Corda é a representação pungente da solidariedade, unindo na mesma determinação e vontade, uma multidão de anônimos que se identifica na gratidão, na esperança e principalmente na fé. Durante a caminhada homens e mulheres sedentos clamam por água, o sol aumenta o calor já desgastante da caminhada em sí, realizada entre tropeços e empurrões. Água é oferecida pelas pessoas de todas as formas possíveis, o importante é mitigar a sede. Deixar a corda? Nem pensar.
Durante a procissão há um sistema de sonorização nos quase cinco quilômetros do trajeto, onde tocam hinos sacros que incentivam o povo a cantar, promovem reflexões sobre temas bíblicos, e estimulam a multidão a rezar. Há também o momento da queima de fogos, em que os braços se erguem para o céu como se a multidão clamasse naquele instante por todas as esperanças. Não é raro contemplar-se, em rostos rudes de homens cansados, as marcas da emoção.
Às onze horas, a Berlinda chega ao Centro Arquitetônico de Nazaré, totalmente tomado de gente. A imagem é retirada para a celebração litúrgica. Começam os pagamentos das promessas de caminhar de joelhos até o altar. O Bispo ergue a imagem abençoando a multidão e neste instante os fiéis gritam com louvor: "Viva Nossa Senhora! Começa a missa e termina mais um Círio.
Uma semana após o Círio, acontece o Recírio que é uma procissão de despedida. Nesta fase, também percebe-se as expressões sofridas, serenas, suplicantes, agradecidas, esperançosas ou simplesmente contemplativas. Despedem-se da Santa com a certeza de tê-la novamente no ano que vem.
Nossa Senhora de Nazaré é para os fiéis a Maria de Nazaré, a Senhora da Berlinda, nossa Mãe e Mãe de Deus.
O contagiante espetáculo do Círio faz com que nos sintamos diante de algo familiar, algo que se insere num espaço que já fora ocupado anteriormente, talvez de forma diferente, mas com a mesma intensidade. Acompanhar o Círio traz a sensação de estar fazendo uma contribuição pessoal com um aspecto coletivo. É como se fosse a união do uno e do todo. Homens unidos no mesmo caminho da fé. Percebe-se nos poucos que não participam do acontecimento, que existe um ar de medo: é como se estivessem indo de encontro ao sagrado, por não serem testemunhos de um encontro de fé.
Podemos pensar que o Círio promove uma nova auto-interpretação do homem, redefine suas relações com os outros, contribui para que pensem em novas possibilidades de realização pessoal. Nesta época do ano, principalmente, o homem parece estar mais próximo do sagrado, daquilo que muitas vezes pensa ser inalcançável. As realizações dos pedidos e o cumprimento das promessas é a forma que encontra de mostrar a sua devoção, o seu respeito e humildade perante o divino. O Círio mostra ao homem a sua natureza humana, e também divina. Alcançar um pedido é considerar o milagre da Nossa Senhora e também perceber o quanto a determinação do devoto é importante para tanto. Percebe-se nesse momento que a única sensação mais forte que a energia da massa é a fé.
Aqui ocorre uma identificação íntima com o divino, estar acompanhando a procissão, segurando a corda, assistindo-a passar nas ruas é mais do que nunca estar com a Santa, protegendo-a, se protegendo. O espírito de solidariedade é o mais presente entre os fiéis, dão tudo aquilo o que gostariam de receber. Homens e mulheres participam lado a lado no mesmo rio de fé. Nessa festa religiosa o ser humano dialoga com aquilo que não é ele, assim se constrói e se enriquece, exercendo a sua capacidade de aceitar (quando os pedidos não são realizados), de suportar (sacrifícios) e de comungar a diferença, constituindo o vigor de sua identidade pessoal.
Podemos observar na festa do Círio um padrão arquetípico de comportamento, é esperado que se repitam determinadas situações e que também apareçam símbolos que outrora puderam ser observados. Tal fato é característico dos rituais, eles ocorrem várias vezes da mesma forma anterior, para que as pessoas possam introjetá-los de acordo com suas necessidades individuais, dentro do seu tempo. Nas palavras do psicanalista Luigi Zoja os ritos "regem e favorecem as transformações psíquicas que acompanham o nosso desenvolvimento. Sem eles, essas passagens tornam-se mais problemáticas, podendo mesmo ser bloqueadas ou abortadas, resultando num grande prejuízo para nossa vida anímica, diríamos que esses rituais regulam as transformações energéticas individuais e coletivas".
O Círio, como festa religiosa, cumpre exatamente a etimologia da palavra 'religião', do latim religare, que tem como significado "unir, atar". Não apenas os fiéis que seguram a corda, mas também os que participam desta festa, exercem o ato de se ligar ao divino, de se atar aos seus símbolos, mesmo é claro, sem ter consciência.

Inicio a interpretação dos símbolos que aqui será desenvolvida, a qual ajudará como veículo facilitador para compreensão geral do tema deste trabalho.
O símbolo exprime a melhor representação de algo que não pode ser representado, é dinâmico, mutável. Algumas imagens que podem ser vistas como ocultas e vagas, têm um simbolismo pessoal e universal. A produção dos símbolos é feita de forma espontânea e inconsciente, o homem é quem os produz, mesmo sem se dar conta. Os símbolos podem ser percebidos como naturais e como culturais. Os símbolos naturais são derivados de conteúdos inconscientes da psique, representam um número imenso de variações das imagens arquetípicas essenciais, o indivíduo os manifesta da forma mais singular possível e a consciência os percebe com deformações, o que se dá em função de sua grande carga energética; os símbolos culturais expressam verdades externas, ou seja, tornaram-se imagens coletivas e podem ser compreendidas de forma universal.
No Círio, percebe-se como símbolos naturais aqueles trazidos pelos fiéis, são os que simbolizam as suas promessas, tais como: miniaturas de casas, de barcos, tijolos, cruzes, anjos, entre outros; os símbolos culturais são aqueles que aqui tentaremos explorar , por exemplo: a imagem da Nossa Senhora de Nazaré, a Corda, as Velas, os Sacrifícios, a Berlinda , a Esfera Azul, entre outros.
Todos estes objetos estão impregnados de mana, de pura energia que significa também 'força em ação', uma força oculta que emana tanto do objeto quanto do sujeito.
Sabemos que a linguagem não abarca o significado do símbolo, talvez a imagem, pois o que não pode ser dito pode ser sentido. Ernst Cassirer encara as diversas formas de simbolismo como expressões de uma energia independente do espírito humano, através da qual a simples presença de fenômenos adquire um "significado" preciso; o que pode-se chamar de função natural simbolizante da consciência. Esse significado preciso é sentido de forma singular por cada sujeito em particular, conforme a representação simbólica que o símbolo tem para ele.

Como diz Jung: "Um símbolo não traz explicações; impulsiona para além de si mesmo na direção de um sentido ainda distante, inapreensível, obscuramente pressentido e que nenhuma palavra de língua falada poderia exprimir de maneira satisfatória". Esse é um dos principais objetivos desse trabalho, impulsionar o outro à ir em busca do inapreensível, de seus símbolos pessoais, revivê-los a cada instante. O símbolo que não é dinâmico não tem vida, acaba, "morre".
Pensando no simbolismo de Nossa Senhora, supõe-se que a razão da sua escolha, desde o momento em que a escultura foi feita, "se deve ao desígnio de Deus de associar o feminino como fator decisivo à economia da redenção e da divinização da humanidade ". Entende-se por isso, a força que exerce o arquétipo da Grande Mãe sobre a humanidade e a maior facilidade que temos em se ligar à Deus através do feminino, então fica a pergunta: "Por ventura Deus não criou o feminino para poder se comunicar totalmente a ele e assim 'realizar-se' a si mesmo sob esta forma determinada?".
Nossa Senhora de Nazaré também é símbolo da élpis, esperança; o que mobiliza as pessoas a participarem cada vez mais do Círio, crendo poder concretizar seus pedidos. Quando a Santa é vislumbrada na Berlinda, que surge no meio da multidão, a impressão que se tem é a de uma epifania, da manifestação direta de um deus, ou melhor, de uma deusa. Lágrimas escorrem nos rostos, amigos se abraçam, olhares ser interpassam, é a paz do povo. Sabe-se que a manifestação direta de um deus promove o que há de mais funesto, mas em se tratando de uma metáfora, no Círio as pessoas renascem com uma nova esperança de vida.
Como já foi dito anteriormente, Nossa Senhora de Nazaré é para os fiéis nossa Mãe e Mãe de Deus. Nela há o apaziguamento da angústia, da solidão, do sofrimento, da depressão, da falta, dos males, é a mãe boa que livra os filhos do mal. O choro que se vê, que se sente, clama por amparo, atenção e sobretudo amor. Senhora, olhai por nós! Então pergunta-se, que mãe simbólica é essa? O que queres dessa mãe e o que buscas em ti? Provavelmente poucos saberiam responder, mas indubitavelmente todos no fundo d'alma, sentem a resposta.
Afinal, sabe-se que o feminino constitui a fonte da vida, nela reside o poder da plenitude vital, o repouso e a constelação, o combate defensivo. No Círio este é o sentimento, principalmente quando Nossa Senhora é quem os defende das angústias e dificuldades de cada ano.
A Corda como se pode perceber é o objeto mais requisitado e o que exige maior sacrifício dos fiéis. Assistir a este espetáculo é poder perceber claramente a solidariedade humana, o desejo de reconciliação universal. A corda também está ligada a ascensão, a alguma espécie de vínculo; neste simbolismo há o desejo de virtudes secretas ou mágicas, que trazendo para este contexto, pode-se dizer que se trata das inúmeras promessas e pedidos que são feitos, os quais ninguém tem acesso, a não ser o Romeiro. O termo ascensão descrito aqui não está associado a hierarquia, ao sentido horizontal, ou seja, onde um sujeito é diferenciado do outro conforme suas qualidades ou aquisições. Ao contrário, neste contexto a relação é de igualdade, aqui todos são filhos da mesma mãe, Mãe-Nossa Senhora, Mãe-terra. Suas causas e sentimentos são diferentes mas todos mantém um objetivo em comum, alcançar a graça. A relação mantida com Nossa Senhora é permeada pelo amor.
A forma que a Corda toma na procissão, pode ser vista como a grande Mandala ou Círculo Mágico, que fica ao redor da Berlinda para que a mesma seja protegida de algum mal. "No centro da Mandala, encontra-se o próprio deus, ou símbolo da energia divina...". A mandala também simboliza o lugar do sagrado, temenos, que protege o centro; no Círio, a função de proteção à Santa.
Na trasladação o que mais desponta entre os fiéis são os pírois, a chama das velas. Velas que queimam sem se sentir, que iluminam sem que se perceba, são a luz no meio da escuridão. De que escuridão poderia-se falar, escuridão da sombra, da vida, de dificuldades...? Ou será a escuridão da falta de escolha, daquela que impossibilita o sujeito de poder escolher? O sentimento de angústia vem alimentado pela impossibilidade de se fazer uma escolha. Muitos fiéis pedem luz a Santa, que ilumine seus caminhos, que os possibilite a fazer ao menos uma escolha. Pois no meio dessa escuridão nada é visto, nada pode ser escolhido, é preciso a luz para que se possa ver inclusive as trevas. Na busca de significados, a vela acesa também é tida como "símbolo da individuação", como "a luz da alma em sua força ascensional, a pureza da chama espiritual que sobe para o céu, a perenidade da vida pessoal que chega ao seu zênite".
Um povo afro-americano que vive na América, no Natal tem o costume de realizar um ritual chamado Kwanzaa*. Nesse ritual, os membros da família ou do grupo que participam, se vestem com roupas típicas, bastante coloridas , sentam-se em círculo, distribuem presentes de Natal e acendem um candelabro de sete velas, chamado Mshumaa. As velas simbolizam os sete princípios julgados chaves para a sociedade negra: a unidade, a autodeterminação, o trabalho coletivo, a economia cooperativa, o propósito, a criatividade e a fé. Algumas velas têm a cor vermelha, preta ou verde, cores da nação africana, também representam o sangue, a cor da pele e a raça negra. O organizador deste ritual o considera "o momento de reafirmação da identidade africana". A celebração dura sete dias, um dia para cada princípio. Neste ritual também podemos perceber o simbolismo da chama das velas, seu princípio organizador e fundamental para a elaboração de uma identidade, seja ela social ou pessoal.
O ato do sacrifício pode ser percebido como ausência parcial de contato com o real. Nesse momento o ser humano adquire forças que não são compreendidas de forma racional, é como se a força humana fosse transformada em força primal, ou seja, força sobre humana. Andar de joelhos até o altar, caminhar durante todo o trajeto da procissão descalços e participar da Corda, são alguns atos de sacrifícios realizados durante o Círio. Aqui choram de emoção e não de dor; nessa hora não há espaço para tal sentimento, o medo ou a dor fariam com que desistissem dos seus sacrifícios. Aqui só há espaço para fé e esperança. Nesse momento algumas funções da consciência são alteradas, o sujeito só consegue ver, sentir e perceber o seu objetivo; dentre essas funções a única que exerce força entre as demais é a intuição, ela está tão energizada quanto a chama das velas.
O sacrifício também é visto com a ação de tornar algo sagrado, separado daquele que o oferece; como prova de dependência, obediência, arrependimento ou amor. É o símbolo da renúncia aos vínculos terrestres (realidade) por amor ao espírito ou à divindade. Está ligado a uma idéia de troca a nível de energia criadora ou da energia espiritual. O sacrifício celebra uma vitória interior.
Os pedidos e promessas feitos pelos Romeiros são depositados nos Carros dos Milagres. Estes Carros ficam cercados por uma corda mais fina do que a que cerca a Berlinda, lugar onde fica a estátua da Santa. Este costume de cercar os carros simboliza o cuidado e a proteção que os fiéis tem com os mesmos. É como se eles estivessem protegendo as suas promessas, os seus pedidos, além da Santa. Como já foi dito anteriormente, as promessas ficam em segredo e sigilo até que sejam cumpridas, o ato de contar implica em perder o que nelas há de sagrado, tornando-as profanas. A Berlinda ou santuário é o lugar dos segredos, lugar preservado, que encerra um tesouro essencial.
A Esfera Azul carregada pelo menino Jesus tem a idéia de representar um presente, um tesouro, é como se fosse a esfera da esperança. Nada melhor do que associar a esperança a imagem de uma criança. Dentro deste enfoque vale lembrar a 'criança divina', aquela que nasce no coração dos homens a todo instante e resguarda as suas almas. Além da Corda, a Esfera também pode ser associada ao Círculo Mágico ou Mandala. Farei um analogia entre um ritual realizado pelos Índios Pueblos no Novo México e o Círio, para ilustrar a universalidade deste símbolo. É costume entre os Índios, num ritual de cura, fazer na areia o desenho de uma Mandala com quatro passagens, para curar um homem doente. "No centro constroem uma casa 'de suor', lugar de cura, lá o paciente submete-se ao tratamento de suor". Pintam ao lado uma outra Mandala, que é colocado no centro da grande Mandala - e no meio dela há um vaso com água de cura, simbolizando a entrada no mundo subterrâneo". Jung chama a este ritual de "processo de individuação, de identificação com a totalidade da personalidade com o Self ".
Acompanhando este ritual, podemos ver o Círio como um exercício de busca de individuação que os fiéis realizam a cada ano. O 'banho de suor' comparado a dança da corda; a descida ao 'mundo subterrâneo' realizada através dos sacrifícios e do cumprimento das promessas; podendo ser vistos como a tentativa de integração da personalidade com o Self.
O azul da Esfera pode ser entre outras, a cor do manto celestial, simboliza calmaria, descanso, paz. "A meditação sobre a pedra azul-safira leva a alma à contemplação dos Céus". Este é o sentimento que fica após o término do Círio.
Durante o desenvolvimento desse trabalho busquei preservar o símbolo, das minhas opiniões pessoais, pois como se sabe, tal manejo é muito delicado, uma vez que cada pessoa tem a sua percepção acerca dos objetos. Me esforcei em ver o símbolo com um olhar coletivo, a partir de imagens e fatos que ficaram registrados de alguns Círios que pude acompanhar, do levantamento de dados a cerca da festa e da pesquisa de explanação dos símbolos. Pude mostrar dessa forma, que os símbolos estão presentes em todas as culturas sejam elas urbanas, rurais ou primitivas; percebe-se também que estes símbolos possuem significados parecidos, o que se dá em função de sua universalidade. Nesta procissão, tal conclusão se evidencia no trabalho de amplificação dos seus símbolos. Assim, tentei mostrar a forma como eles são percebidos pelas pessoas que acompanham o Círio e em particular pelo povo paraense.
Nesse parágrafo encerra-se a apresentação desse trabalho, que teve também entre outros objetivos trazer um pouco mais de conhecimento a respeito da tradição dessa cidade, Belém, que particularmente é a minha cidade-'mãe'. Trazer também, algo de novo, de interessante para as pessoas que não tiveram a oportunidade de conhecer esta procissão religiosa. Espero ter contribuído com a apresentação e amplificação de alguns símbolos que aqui foram relatados e acima de tudo lembrá-los que a fé (energia) está sempre presente, mesmo que não possamos vê-la, é como o numinosum, a influência de uma presença invisível, que causa uma transformação especial da consciência sem que percebamos.

Bibliografia:

Avens, Robert. Imaginação é Realidade. Coleção Psicologia Analítica -Ed.Vozes.
Brandão, Junito de Souza. Mitologia Grega Vol. II, 5ª edição - Ed. Vozes.
Boff, Leonardo. O Rosto Materno de Deus. 6ª edição - Ed. Vozes.
Chevalier, Jean e Gheerbrant, Alain. Dicionário de Símbolos. José Olympio Editora.
Círio - O Pará Unido na Fé. Edição especial da revista VER-O-PARÁ. Agência VER Editora Ltda.
Jung, C.G. Fundamentos de Psicologia Analítica. Coleção Psicanálise. Ed.Vozes.
________ O Homem e seus Símbolos. Ed. Nova Fronteira.
Zoja, Luigi. Nascer Não Basta. Ed. Axis Mundi.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Roberto Carlos fará fisioterapia para desfilar no Carnaval

O cantor Roberto Carlos disse hoje que irá fazer sessões intensivas de fisioterapia e musculação para poder desfilar na escola de samba Beija-Flor, que o homenageia no carnaval de 2011. Na semana passada, ele pinçou o nervo ciático enquanto andava de moto, e vem sentindo fortes dores no joelho esquerdo.

O acidente aconteceu três dias antes de seu show na Praia de Copacabana, na noite do dia 25, e o obrigou a ficar sentado durante quase toda a apresentação. "Eu não cai da moto, pisei de mau jeito quando estava descendo dela, num terreno irregular'', disse.

Para se apresentar na praia, ele teve de fazer sessões de fisioterapia e tomar "litros de analgésico''. Agora, segundo o músico, as sessões devem continuar pelo menos a cada dois dias até o carnaval.

Há cerca de um ano Roberto Carlos, que perdeu a perna direita num acidente na infância, anda de moto -na verdade um triciclo da marca Bombardier- e já teve problemas na coluna por isto.

Na tarde de hoje, ele chegou mancando na coletiva da Credicard para anunciar um cartão de crédito com sua marca. Primeiro do gênero no país, o cartão leva uma foto do cantor, e vai dar benefícios aos fãs, como facilidade na compra de ingressos para seus shows.

O contrato é válido por 10 anos, período em que ele terá turnês patrocinadas pela Credicard. A empresa pretende ter um milhão de cartões com a marca nos próximos cinco anos.

Roberto Carlos não quis comentar quanto ganhará com o negócio. "É uma honra para mim. Isto só me prestigia", disse.
 

domingo, 26 de dezembro de 2010

Tropa de Elite 2 – O inimigo agora é outro é um soco na boca do estômago de todo cidadão basileiro.

Capitão Nascimento volta às telas do cinema, 10 anos mais velho e mais experiente; dessa vez como Sub Secretário de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, e descobre que o buraco é muito mais embaixo do que qualquer um de nós imagina. O Sistema é uma bola de neve que só cresce… e fede!
Agora mais maduro, mais estratégico e mais solitário, o Coronel Nascimento dá ao BOPE estrutura e força. Afasta o tráfico de muitas favelas. Impede que os policiais corruptos faturem com o arrego do tráfico, apenas para descobrir que na segurança pública do Rio de Janeiro nada é o que parece, e que o problema a ser enfrentado não se restringe ao tráfico. O buraco é bem mais em baixo. O destino da cidade e de Nascimento se cruzam em “Tropa de Elite 2 – O inimigo agora é outro”. A partir de pesquisas intensas, o diretor José Padilha e o roteirista Bráulio Mantovani construíram uma história atual, baseada em fatos reais que se misturam a história fictícia de Nascimento, da sua família, e de seus amigos, para falar da realidade do Brasil através do cinema. Para enfrentar o desafio e apresentar ao público uma história tão envolvente quanto “Tropa de Elite”, Padilha e o produtor Marcos Prado contaram praticamente com a mesma equipe e o mesmo elenco do primeiro filme. Uma equipe integrada, que retomou com afinco e dedicação o desafio de continuar uma saga, e um personagem, que marcaram o cinema brasileiro para sempre. Em Tropa de Elite 2, o sistema se reinventa e descobre como lucrar sem o intermédio do tráfico. Em perseguição ao caminho trilhado pelo sistema, o público acompanha Nascimento indo além dos limites do quartel, revelando as ligações das milícias com o Estado. E o preço por essa descoberta é alto. Não se sabe de onde vem o tiro.
Inspirado no livro A ELITE DA TROPA 2, de Rodrigo Pimentel, da Editora Nova Fronteira, e com lançamento atrelado ao filme, a crítica feita pelo diretor José Padilha é digna de elogios. Com um humor negro e sátiras a todos os envolvidos na corrupção da polícia brasileira, o filme mostra que ninguém é inocente! O BOPE, que seguindo a linha “Missão dada é missão cumprida”, não tem dó de puxar o gatilho e acabar com o Comando Vermelho, acabou abrindo caminho para a máfia da PM carioca e o surgimento das milícias. Os moradores das favelas, que passam a pensar que têm uma vida melhor, quando na verdade, são vítimas de policiais corruptos mercenários que ficam cada vez ricas às custas da pobreza deles. A imprensa sensacionalista e irresponsável, que em nome da tal liberdade de expressão, transforma o país num circo… e quanto maior a plateia, melhor. Os Direitors Humanos, que na vontade de defender todos por igual, acaba criando uma guerra de interesses políticos. Os governantes, que se aproveitam de situação para fazerem campanha eleitoral e ganhar votos e votos, principalmente em ano de eleições. Como o nosso, aliás! Ninguém fica de fora da crítica escancarada à palhaçada que virou o Brasil. Nem mesmo nós, que também somos eleitores e colocamos no poder aqueles que organizam tudo isso e, ainda por cima, lucram às nossas custas.
Tropa de Elite 2 deveria ser filme obrigatório nas escolas, vestibulares e universidades do país. Deveria ser transmitido em praças públicas para que todos – TODOS – os cidadãos pudessem ver como funciona o outro lado da moeda; como funciona o Sistema sujo do país onde vivemos e pelo qual tanto lutamos. É um filme que, ao mesmo tempo que traz um desânimo, instiga um sentimento de revolta e vontade de mudar. Está tudo ali, escancarado para todos. Só não vê quem não quer. E em ano de eleições… Quem é que não quer ver?

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Como toda festa religiosa, o Natal é rico em símbolos. Por isso são poucos aqueles que conhecem suas origens e seus significados. O Natal marca a grande festa de solidariedade universal. Pois é comemorado em todo o mundo, até mesmo onde a população cristã é minoria. Podemos sentir que, quando o dia 25 se aproxima, uma certa ternura vai envolvendo a todos, e o ar fica carregado de uma grande expectativa. O Natal, enfim, cultiva nas pessoas sentimentos muitas vezes esquecidos, como o amor ao próximo. Muitos símbolos que frequentam vitrines iluminadas, a sala de nossas casas cria novos sons, melodias e cores que dão às nossas festas uma grande harmonia. Historicamente, não se tem certeza a respeito da data do nascimento de Jesus. Um acontecimento tão importante como a vinda do filho de Deus mereceria ser lembrado numa ocasião especial, de modo que todos facilmente incorporaram o costume de celebrá-la. Aí, é que entra o dia 25, nessa época do ano ocorre, no hemisfério norte do planeta, o chamado solstício de inverno que é o momento em que o sol, depois de atingir o ponto mais distante de sua órbita, reinicia seu caminho de volta fazendo com que os dias tornem-se mais longos. Foi da apropriação e do amálgama das festividades pagãs que surgiu o Natal, também como forma de converter os não-cristãos a aderirem ao cristianismo. A celebração do Natal é repleta de símbolos, que fizeram desta tradição uma das festas mais ornamentadas.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

* 171Gatinhas * 7Erros * Curiosidades * Gatas * Games * Humor * Imagens * MEF * Receitas * Testes * Eu Acesso * Noticias Mitos Sexuais - Verdadeiro ou Falso

Conheça verdades e mitos sexuais:



HOMENS CHEGAM AO AUGE SEXUAL AOS 18 ANOS; MULHERES, AOS 28.

VERDADEIRO - Ao menos em relação ao suprimento de hormônios sexuais. Testosterona atinge o ápice aos 18 anos nos homens; o estrogênio das mulheres chega ao topo depois de seus 25 anos. "Mas o auge dos hormônios não significa o auge da performance sexual", afirma Marc Goldstein, professor de medicina reprodutiva e urologia da Faculdade de Medicina Weill, da Universidade Cornell (EUA). Então se sinta à vontade para experimentar o que for melhor - e em qualquer idade.


SÊMEN CONTÉM POUCO CARBOIDRATO.

FALSO - "Sêmen é composto basicamente de açúcar da fruta (frutose) e enzimas - não pouco carboidrato", afirma Goldstein. O que¿finalmente explica por que não existe uma Dieta do Sexo Oral.


MASTURBAÇÃO LEVA A ORGASMOS MAIS PODEROSOS.

VERDADEIRO - Mas isso não é uma regra. "Depende de cada indivíduo", afirma Jon L. Pryor, professor de cirurgia urológica da Universidade de Minnesota (EUA). "Para alguns, é verdade. Mas, para outros, nada supera a boa e velha penetração."


UM PÊNIS ERETO, EM MÉDIA, TEM 20 CENTÍMETROS.

FALSO - Relaxe, pequeno. Está mais próximo de 15.


NENHUM PÊNIS É GRANDE OU PEQUENO DEMAIS PARA UMA VAGINA.

VERDADEIRO - Mas é a percepção que ganha o jogo na cama. "Estava numa reunião com outros sete médicos da área - seis homens e uma mulher", conta Pryor. "Todos os homens concordaram que tamanho não importava. A mulher disse: 'Pense o que quiserem. Mas tamanho importa, sim'. Saímos de lá deprimidos."


OSTRA EXCITA.

FALSO - Você se excita. "Não existe prova científica de que ostras aumentam a libido", afirma Pryor. "Mas pode haver um efeito placebo. Portanto, é ótimo se funciona!"


HOMENS PENSAM EM SEXO A CADA SETE SEGUNDOS.

FALSO - Esse número é muito falado, mas a verdade é que apenas 23% dos homens afirmam fantasiar freqüentemente. Mas talvez, na maioria dos casos, eles estejam muito distraídos para checar o relógio.


SEXO ANTES DE EVENTOS SIGNIFICATIVOS - UM GRANDE JOGO, UMA APRESENTAÇÃO IMPORTANTE - PODE DETONAR SUA PERFORMANCE (NO EVENTO).

FALSO - Pesquisadores suíços realizaram testes em pessoas duas e dez horas após elas fazerem sexo e constataram que, depois de dez horas, os participantes estavam completamente recuperados. Houve só uma pequena queda na performance duas horas depois do sexo.


FAZER SEXO NA ÁGUA (PISCINA, BANHEIRO, CHUVEIRO...) MATA O ESPERMA.

VERDADEIRO - Alguns nadadores podem morrer, mas não é um contraceptivo confiável, de acordo com Pryor. Embora uma banheira quente possa aquecer demais os testículos e matar o esperma, ainda sobra o suficiente para a caça ao óvulo.


VOCÊ PODE SE VICIAR EM PORNOGRAFIA VIRTUAL.

VERDADEIRO - Mas o risco é baixo. Apenas 1% de todas as pessoas que navegam por pornogra, a na Internet se viciam. Se você carrega uma aliança, cuidado: 38% dos viciados são casados.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

COMO LIDAR COM UM ALCOÓLATRA

O álcool é uma droga que causa dependência e, com o uso excessivo por um longo período, o organismo desenvolve tolerância a altas doses.


Não existe uma causa única para o alcoolismo. Essa doença pode originar-se, por exemplo, de um problema psicológico; ou ainda ser uma válvula de escape para um trabalho particularmente estressante ou apenas surgir por causa da influência da companhia de amigos que bebem muito e podem ser dependentes do álcool.

Da mesma forma, o alcoolismo apresenta-se sob várias maneiras.

Algumas pessoas passam longos períodos sem beber uma gota sequer e, em seguida, entregam-se a prolongadas "bebedeiras", durante as quais acham inpossível parar de beber. Outras dificilmente ficam bêbadas, mas passam o dia bebendo pequenas quantidades de álcool, desde a manhã até a noite.

Qualquer que seja a causa ou o padrão do alcoolismo, lembre-se: Você não pode fazer que um alcoólico pare de beber. É ele quem tem de tomar essa decisão sozinho.

Há, no entanto, várias atitudes que podem ser tomadas para encorajar um comportamento positivo a respeito do problema e auxiliar no processo de recuperação:


O QUE VOCÊ NÃO DEVE FAZER

* Não comece também a beber. Maridos e mulheres de alcoólicos crônicos estão sujeitos ao estresse e à tensão adicionais de viverem com alguém que bebe e, às vezes, sucumbem à mesma doença de seus cônjuges.

* Não arrisque seu próprio bem estar físico e mental. Certifique-se de proteger a sua saúde e defenda atitudes construtivas.

* Não importune, repreenda ou se envolva em situações que provoquem raiva. Todas as abordagens hostis humilham a pessoa que bebe. Elas podem gerar violência ou causar no alcoólico sensação de ausência de valor pessoal, para a qual a bebida já se tornou o remédio.

* Não tente barganhar com as emoções do alcoólico, numa tentativa de fazer que ele pare de beber. Não peça ao alcoólico, por exemplo, que demonstre amor por você deixando de beber, pois ele não conseguirá livrar-se do vício imediatamente, e isso aumentará a frustração dele. Da mesma forma, não ameace abandoná-lo, a menos que você pretenda realmente levar adiante tal ameaça.

* Não jogue fora as garrafas que achar escondidas pela casa. Você se arrisca a provocar violência e destruir os laços de confiança que ainda possam existir. O alcoólico encontrará maneiras de obter mais suprimentos. E, caso não consiga mais bebida, a abstinência forçada vai apenas precipitar uma crise com a qual você pode ser incapaz de lidar.

* Não tente encobrir o hábito do alcoólico, protegendo-o das conseqüências de seu vício. Esse erro, com freqüência, se manifesta por meio do pagamento das dívidas assumidas pelo alcoólico. No caso de dívida em dinheiro, deixe que ele enfrente o problema. Ao suavizar o caminho, você age apenas como um "facilitador", encorajando indiretamente o hábito de beber.

* Não se deixe enganar por promessas lisonjeiras. Se a resolução de parar de beber é tomada, certifique-se de que ela se apóie em ações definitivas, tais como procurar o médico da família ou entrar para os Alcoólicos Anônimos.

* Não perca a esperança. No final, a maioria dos alcoólicos que resolve enfrentar o problema e aceita ajuda qualificada consegue se recuperar. Em cada três alcoólicos, um acaba recuperando-se completamente e outro pode melhorar bastante após o tratamento. Portanto, não fique de braços cruzados.


O QUE PODE SER FEITO PARA AJUDAR

* Reconheça que o alcoolismo é uma doença. Não há vantagem alguma em considerá-lo um sinal de fraqueza ou de comodismo ou em tentar fugir da realidade.

* Junte-se ao Al-Anon, uma associação para a família e os amigos dos alcoólicos. Aprenda o máximo que puder sobre a doença e freqüente as reuniões com regularidade.

* Encoraje a pessoa que bebe a ingressar nos Alcoólicos Anônimos (AA). Faça a sugestão com cuidado e ofereça-se para acompanhá-la nas reuniões de abertura. A freqüência não é obrigatória e a pessoa não precisa identificar-se pelo nome completo.

* Deixe material informativo, como os panfletos do AA, espalhados pela casa. O indivíduo que bebe pode aborrecer-se com preleções, mas, por outro lado, poderá ler os folhetos quando você não estiver por perto.

* Se a pessoa que bebe demonstrar interesse em parar de beber, encoraje-a a procurar o médico da família ou um religioso. Com freqüência costuma haver relutância em procurar um médico, mas maior disposição em falar com um religioso. Este poderá, então, persuadir aquele que bebe a procurar orientação médica.

* Encoraje firmemente os hobbies e as atividades que interessem àquele que bebe, contanto que o mantenham afastado do álcool. Tente evitar tudo aquilo que de alguma forma esteja ligado às bebida, como qualquer tipo de atividade que aconteça em um bar.

* Se ocorrer uma crise, por exemplo, por causa de dívidas não pagas, deixe que a pessoa que bebe enfrente o problema. Caso ela lhe peça ajuda, sugira que se comunique com os Alcoólicos Anônimos: a organização está habilitada para aconselhamento em problemas especializados.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

“negar direitos a casais do mesmo sexo é imposição que vai contra princípios elementares de justiça”

A homossexualidade é uma ilha cercada de ignorância por todos os lados. Nesse sentido, não existe aspecto do comportamento humano que se lhe compare. Não há descrição de civilização alguma, de qualquer época, que não faça referência a mulheres e a homens homossexuais. Apesar de tal constatação, esse comportamento ainda é chamado de antinatural. Os que assim o julgam, partem do princípio de que a natureza (leia-se Deus) criou os órgãos sexuais para a procriação; portanto, qualquer relacionamento que não envolva pênis e vagina vai contra ela (ou ele). Se partirmos de princípio tão frágil, como justificar a prática de sexo anal entre heterossexuais? E o sexo oral? E o beijo na boca? Deus não teria criado a boca para comer e a língua para articular palavras? Se a homossexualidade fosse apenas uma perversão humana, não seria encontrada em outros animais. Desde o início do século 20, no entanto, ela tem sido descrita em grande variedade de invertebrados e em vertebrados, como répteis, pássaros e mamíferos. Em alguma fase da vida de virtualmente todas as espécies de pássaros, ocorrem interações homossexuais que, pelo menos entre os machos, ocasionalmente terminam em orgasmo e ejaculação. Comportamento homossexual foi documentado em fêmeas e machos de ao menos 71 espécies de mamíferos, incluindo ratos, camundongos, hamsters, cobaias, coelhos, porcos-espinhos, cães, gatos, cabritos, gado, porcos, antílopes, carneiros, macacos e até leões, os reis da selva. A homossexualidade entre primatas não humanos está fartamente documentada na literatura científica. Já em 1914, Hamilton publicou no "Journal of Animal Behaviour" um estudo sobre as tendências sexuais em macacos e babuínos, no qual descreveu intercursos com contato vaginal entre as fêmeas e penetração anal entre os machos dessas espécies. Em 1917, Kempf relatou observações semelhantes. Masturbação mútua e penetração anal estão no repertório sexual de todos os primatas já estudados, inclusive bonobos e chimpanzés, nossos parentes mais próximos. Considerar contra a natureza as práticas homossexuais da espécie humana é ignorar todo o conhecimento adquirido pelos etologistas em mais de um século de pesquisas. Os que se sentem pessoalmente ofendidos pela existência de homossexuais talvez imaginem que eles escolheram pertencer a essa minoria por mero capricho. Quer dizer, num belo dia, pensaram: eu poderia ser heterossexual, mas, como sou sem-vergonha, prefiro me relacionar com pessoas do mesmo sexo.Não sejamos ridículos; quem escolheria a homossexualidade se pudesse ser como a maioria dominante? Se a vida já é dura para os heterossexuais, imagine para os outros.A sexualidade não admite opções, simplesmente se impõe. Podemos controlar nosso comportamento; o desejo, jamais. O desejo brota da alma humana, indomável como a água que despenca da cachoeira. Mais antiga do que a roda, a homossexualidade é tão legítima e inevitável quanto a heterossexualidade. Reprimi-la é ato de violência que deve ser punido de forma exemplar, como alguns países o fazem com o racismo.Os que se sentem ultrajados pela presença de homossexuais que procurem no âmago das próprias inclinações sexuais as razões para justificar o ultraje. Ao contrário dos conturbados e inseguros, mulheres e homens em paz com a sexualidade pessoal aceitam a alheia com respeito e naturalidade. Negar a pessoas do mesmo sexo permissão para viverem em uniões estáveis com os mesmos direitos das uniões heterossexuais é uma imposição abusiva que vai contra os princípios mais elementares de justiça social. Os pastores de almas que se opõem ao casamento entre homossexuais têm o direito de recomendar a seus rebanhos que não o façam, mas não podem ser nazistas a ponto de pretender impor sua vontade aos mais esclarecidos. Afinal, caro leitor, a menos que suas noites sejam atormentadas por fantasias sexuais inconfessáveis, que diferença faz se a colega de escritório é apaixonada por uma mulher?

Autismo

A adolescência é um período de profundas mudanças internas e externas do organismo global, física e mentalmente. É também a idade predileta para a eclosão da maioria dos transtornos emocionais. Entre os transtornos emocionais da adolescência o mais temido é a psicose, tanto por sua gravidade e impacto que produz no entorno do paciente, quanto pelo prognóstico e necessidade de tratamento imediato.
Assim sendo, na adolescência, mais que em qualquer outro período da vida, o médico deve se esforçar, sobremaneira, para estabelecer diagnósticos e prognósticos, com especial zelo para a Esquizofrenia, pois, como sabemos, esta é a idade preferida para o início desse transtorno. Ainda assim, não devemos deixar de suspeitar dos Transtornos do Humor, os quais também aparecem nesta idade e com características bastante enganosas.
A Classificação Francesa dos Transtornos Mentais da Criança e do Adolescente (CFTMEA), considera separadamente o Transtorno Psicótico da Criança e do Adolescente, ao contrário das classificações internacionais de doenças (CID.10 e DSM IV) que não têm uma categoria específica para esses transtornos. A classificação francesa considera que, devido ao fato dos sintomas psicóticos que aparecem na infância e na adolescência comportarem características específicas e diferentes dos mesmos quadros em adultos, justificaria uma consideração e uma classificação em separado.
Uma das principais preocupações dos psiquiatras de crianças e adolescentes é, sem dúvida, a psicose. O máximo cuidado para o diagnóstico se reforça, primeiro, evidentemente, na importância do tratamento precoce para alívio do paciente e de seus familiares e, em segundo, devido ao risco de evolução incapacitante da doença, cujo momento de maior perigo para seqüelas invalidantes se situa nos dois primeiros anos da psicose.
Além de tudo, considerando a grande especificidade atual dos medicamentos psiquiátricos, há uma imperiosa necessidade de bons conhecimentos sobre o quadro do Transtorno do Humor Grave com Sintomas Psicóticos e suas diferenças com a Psicose Esquizofrênica, já que existem significativas diferenças de prognóstico e de tratamento entre essas duas patologias.
Finalmente, todo esse cuidado é mais do que justo, se considerarmos os efeitos potencialmente iatrogênicos de um diagnóstico errado sobre algum transtorno psiquiátrico crônico, diagnóstico esse capaz de modificar profundamente a relação do paciente consigo mesmo e com os demais, além das atitudes negativas por parte de seu entorno familiar e social.
Para que a palavra autismo não perca sua precisão médica, especialistas do mundo todo concordam em utilizar alguns critérios de diagnóstico internacionalmente reconhecidos. O mais recente esquema de diagnóstico é aquele descrito no Manual de Diagnóstico e Estatístico (DSM-IV) da Associação Americana de Psiquiatria.
Muito parecido e igualmente válido é a recomendação para diagnóstico da Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Essas classificações passam a denominar o Autismo Infantil com o nome de Transtorno Autista.

Transtorno do Desenvolvimento

Na classificação do DSM.IV, o Transtorno Autista está localizado dentro dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, portanto, essencialmente, o Autismo Infantil é um transtorno do desenvolvimento da pessoa, em outras palavras, é um transtornos constitucional. A classificação CID.10, da mesma forma, fala do Transtorno Autista como um transtorno global do desenvolvimento, caracterizado assim um desenvolvimento anormal ou alterado, o qual deve se manifestar antes da idade de três anos e apresentar uma perturbação característica das interações sociais, comunicação e comportamento.
Para termos melhor idéia do que se quer dizer com transtorno do desenvolvimento, seria importante discorrer um pouco mais sobre o que se poderia entender por desenvolvimento.
A pessoa atual, portanto, desenvolvida e tal como se encontra aqui e agora, obedece invariavelmente a seguinte fórmula biossociológica:
Fenótipo = Genótipo + Ambiente.
Essa fórmula significa que somos agora (fenótipo), uma somatória daquilo que trouxemos para o mundo, através de nossos genes (genótipo), com aquilo que o mundo nos deu (ambiente). Assim sendo, devemos buscar no cerne do indivíduo, considerado em sua totalidade única, a mistura enigmática do inato com o adquirido, do biológico com o ambiental e/ou, finalmente, da pessoa com sua cultura.
Em suma, devemos entender por desenvolvimento as mudanças sofridas pela pessoa, ao longo de sua vida, resultantes de sua interação com o ambiente. O ambiente é, para o indivíduo, uma fonte de estímulos das mais variadas naturezas, estímulos que determinarão no indivíduo uma série de interações e respostas e estas, finalmente, determinarão mudanças significativas no curso de sua vida. Os estímulos, sejam eles físicos, alimentares, sensoriais, cognitivos ou emocionais, são necessários para a mudança da pessoa, mudança que pode ser entendida como desenvolvimento.
Como nosso tema é o sistema psíquico, interessa aqui o desenvolvimento neuropsicológico. Sem estímulos sensoriais, cognitivos ou emocionais não haverá mudanças neuropsicológicas e, sem estas, não haverá possibilidade de crescimento ou desenvolvimento neuropsicológico do indivíduo. Mas, para que essa seqüência evolutiva se dê a contento, há necessidade de um suporte biológico global suficiente e capaz de receber adequadamente esses estímulos. Um sistema neuropsicológico alterado ou funcionando precariamente, seja por razões orgânicas ou emocionais, não poderá se aproveitar plenamente dos estímulos recebidos.
Deduz-se disso, que para haver desenvolvimento deve haver mudanças no organismo e, para haver mudanças deve haver estímulos e suporte biológico suficiente para recebê-los e integrá-los. Portanto, havendo alteração neuropsicológica significativa, o desenvolvimento poderá ser seriamente comprometido. Da mesma forma, podemos dizer que faltando estímulos suficientes e na época oportuna também não haverá desenvolvimento satisfatório.
Não havendo, pois, condições psico-neurológicas para um adequado recebimento de estímulos, não haverá adequado desenvolvimento, não havendo desenvolvimento adequado haverá prejuízo de várias áreas da performance humana. No Transtorno Autista há prejuízo severo das interações inter-pessoais, da comunicação e do comportamento global.

Histórico do Conceito de Autismo

Em 1943, Kanner estudou e descreveu a condição de 11 crianças consideradas especiais. Nessa época, o termo Esquizofrenia Infantil era considerado sinônimo de Psicose Infantil mas, as crianças observadas por Kanner tinham características especiais e diferentes das crianças esquizofrênicas. Elas exibiam uma incomum incapacidade de se relacionarem com outras pessoas e com os objetos. Concomitantemente, apresentavam desordens graves no desenvolvimento da linguagem.
A maioria delas não falava e, quando falavam, era comum a ecolalia, inversão pronominal e concretismo. O comportamento delas era salientado por atos repetitivos e estereotipados; não suportavam mudanças de ambiente e preferiam o contexto inanimado.
O termo autismo se referia à características de isolamento e auto-concentração dessas crianças, mas também sugeria alguma associação com a esquizofrenia.
No final da década de 70 Rutter descreveu o Transtorno Autista como sendo uma síndrome caracterizada pela precocidade de início e, principalmente, pelas perturbações das relações afetivas com o meio. Dizia que o autista possuía uma incapacidade inata para estabelecer qualquer relação afetiva, bem como para responder aos estímulos do meio. Daí em diante, vários pesquisadores foram revelando uma distinção cada vez mais evidente entre o autismo e a esquizofrenia.
O próprio Kanner viria a reconhecer que o termo autismo não deveria se referir, nestes casos, à um afastamento da realidade com predominância do mundo interior, como se dizia acontecer na esquizofrenia. Portanto, mesmo para ele não haveria no autismo infantil um fechamento do paciente sobre si mesmo, mas sim, uma tipo particular e específico de contato do paciente com o mundo exterior.
Na década de 50 os autores norte-americanos, por mero pudor da palavra psicose, denominavam essas crianças como crianças atípicas ou possuidoras de um desenvolvimento atípico ou excepcional. A partir da década de 60 definiu-se as psicoses infantis em dois tipos, as psicoses da primeira infância e as psicoses da segunda infância. Dentre as psicoses da primeira infância foi colocado o Autismo Infantil Precoce. Portanto, foi entendido como um transtorno primário, diferente das outras formas de transtornos infantil secundários à lesões cerebrais ou retardamento mental.
Na Europa, notadamente na França, o conceito de Esquizofrenia Infantil foi substituído pelo conceito de Psicose Infantil, bem onde se enquadra o Autismo.
Portanto, também para os franceses, o Autismo Infantil é uma psicose. Mais precisamente, o termo psicose infantil precoce se aplica às psicoses que se iniciam na primeira infância, enquanto a Esquizofrenia Infantil, propriamente dita, ficou reservada aos quadros com início mais tardios, porém, que surgem depois da criança Ter passado por um desenvolvimento relativamente normal.

Incidência

Os números de incidência do Autismo Infantil divulgados por diversos autores variam muito, à medida que cada autor obedece e/ou aceita diversos critérios de diagnóstico, de tal forma que o que para uns é Autismo Infantil, para outros não é. De qualquer forma, os índices atualmente mais aceitos e divulgados variam dentro de uma faixa de 5 a 15 casos em cada 10.000 indivíduos, dependendo da flexibilidade do autor quanto ao diagnóstico.
Alguns autores têm alegado uma maior incidência, de até 21 casos por 10.000, tendo em vista o aprimoramento dos meios de investigação psico-neurológicas mais recentes e da maior flexibilidade para o diagnóstico, entretanto, quando o autismo é mais rigorosamente classificado e diagnosticado, em geral são relatadas taxas de prevalência de 2 casos para 10.000 habitantes.
Porém, independentemente de critérios de diagnóstico, é certo que a síndrome atinge principalmente crianças do sexo masculino. As taxas para o transtorno são quatro a cinco vezes superiores para o sexo masculino, entretanto, as crianças do sexo feminino com esse transtorno estão mais propensas a apresentar um Retardo Mental mais severo que nos meninos.

Causas

Até hoje o Transtorno Autista carece de maiores explicações médicas para seu aparecimento. Alguns autores tentaram estabelecer uma relação da frieza emocional das mães e dos pais com o desenvolvimento autista. O próprio Kanner julgava que a atitude e comportamento dos pais pudessem influir no aparecimento da síndrome. Ele havia observado em seus 11 pacientes iniciais que ele seus pais eram intelectualizados e emocionalmente frios, na grande maioria dos casos. Tem sido evidente que, embora seja muito importante no desenvolvimento do transtorno a dinâmica emocional familiar, esse elemento não é suficiente em si mesmo para justificar o seu aparecimento.
Portanto, o autismo não parece ser, em sua essência, um transtorno adquirido e, atualmente, o autismo tem sido definido como uma síndrome comportamental resultante de um quadro orgânico.
Trabalhos em todo o mundo já propuseram teorias psicológicas e psicodinâmicas para explicar o autismo e as psicoses infantis, principalmente numa época onde a investigação funcional e bioquímica do sistema nervoso central era ainda muito acanhada.

Sintomas

Se for preciso apontar um sintoma essencial, básico e primário para o Autismo Infantil, esse sintoma seria o severo déficit cognitivo, a mais importante desvantagem dessas crianças em relação às outras. Mesmo as profundas alterações no inter-relacionamento social, típicas do autismo, seriam secundárias ao déficit cognitivo básico. A prevalência sintomatológica começa a ser dada aos déficits cognitivos, em relação ao social. E existe a hipótese do autismo constituir-se num específico prejuízo do mecanismo cognitivo de representação da realidade.
Também é universalmente reconhecida a grande dificuldade que os autistas têm em relação à expressão das emoções. Faria parte dessa anormalidade específica uma incapacidade de reconhecer a emoção no rosto dos outros, uma falha constitucional envolvendo os afetos, uma ausência de coordenação sensório- afetivo e déficits afetivos comprometendo as habilidades cognitivas e de linguagem.
A incapacidade inata para o relacionamento pessoal no Transtorno Autista é reconhecido como um dos sintomas principais desde a observação inicial de Kanner. Segundo ele "podemos supor que estas crianças vieram ao mundo com a incapacidade inata de constituir biologicamente o contato afetivo habitual com as pessoas, assim como outras crianças vêm ao mundo com deficiências físicas ou intelectuais inatas".

Diagnóstico

Para um diagnóstico médico preciso do Transtorno Autista, a criança deve ser muito bem examinada, tanto fisicamente quanto psico-neurologicamente. A avaliação deve incluir entrevistas com os pais e outros parentes interessados, observação e exame psico-mental e, algumas vezes, de exames complementares para doenças genéticas e ou hereditárias.
Hoje em dia pode-se proceder alguns estudos bioquímicos, genéticos e cromossômicos, eletroencefalográficos, de imagens cerebrais anatômicas e funcionais e outros que se fizerem necessários para o esclarecimento do quadro.
Não obstante, o diagnóstico do Autismo continua sendo predominantemente clínico e, portanto, não poderá ser feito puramente com base em testes e/ou algumas escalas de avaliação.
Segundo o DSM.IV, os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, onde se inclui o Autismo Infantil, se caracterizam por prejuízo severo e invasivo em diversas áreas do desenvolvimento, tais como: nas habilidades da interação social, nas habilidades de comunicação, nos comportamentos, nos interesses e atividades. Os prejuízos qualitativos que definem essas condições representam um desvio acentuado em relação ao nível de desenvolvimento ou idade mental do indivíduo. Esta seção do DSM.IV inclui o Transtorno Autista, Transtorno de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância e o Transtorno de Asperger.
De maneira mais ou menos comum, esses Transtornos se manifestam nos primeiros anos de vida e, freqüentemente, estão associados com algum grau de Retardo Mental. Os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento são observados, por vezes, juntamente com um grupo de várias outras condições médicas gerais, como por exemplo, com outras anormalidades cromossômicas, com infecções congênitas e com anormalidades estruturais do sistema nervoso central.
Embora termos como "psicose" e "esquizofrenia da infância" já tenham sido usados no passado com referência a indivíduos com essas condições, evidências consideráveis sugerem que os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento são distintos da Esquizofrenia, entretanto, um indivíduo com Transtorno Invasivo do Desenvolvimento ocasionalmente pode, mais tarde, desenvolver também a Esquizofrenia.

Critérios Diagnósticos Para 299.00 Transtorno Autista

A. Um total de seis (ou mais) ítens de (1), (2) e (3), com pelo menos dois de (1), um de (2) e um de (3):
(1) prejuizo qualitativo na interação social, manifestado por pelo menos dois dos seguintes aspectos:
(a) prejuizo acentuado no uso de múltiplos comportamentos não-verbais tais como contato visual direto, expressão facil postura corporais e gestos para regular a interação social.
(b) fracasso em desenvolver relacionamentos com seus pares apropriados ao nível do desenvolvimento
(c) falta de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (por ex., não mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse) falta de reciprocidade social ou emocional
(2) prejuízos qualitativos da comunicação, manifestados por pelo menos um dos seguintes aspectos:
(a) atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem falada (não acompanhando por uma tentativa de compensar através de modos a alternativos de comunicação tais como gestos ou mímica)
(b) em indivíduos com fala adequada, acentuado prejuizo na capacidade de iniciar ou desenvolver uma conversação
(c) uso estereotipado e repetitivo da linguagem ou linguagem idiossincrática, falta de jogos ou brincadeiras de imitação social variados e espontâneos apropriados ao nível do desenvolvimento
(3) padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses, e atividades, manifestados por pelo menos um dos seguintes aspectos:
(a) preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados e restritos de interesse, anormais em intensidade ou foco
(b) adesão aparentemente inflexível a rotinas ou rituais específicos e não-funcionais
(c) maneiras motores estereotipados e repetitivos (por ex., agitar ou torcer mãos ou dedos, ou movimentos complexos de todo o corpo)
(d) preocupação persistente com partes de objetos
B. Atrasos ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas, com início antes dos 3 anos de idade; (l) interação social, (2) linguagem para fins de comunicação social, ou (3) jogos imaginativos ou símbolos.
C. A perturbação não é melhor explicada por Transtorno de Rett ou Transtorno Desintegrativo da Infância.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), através de sua Classificação Internacional das Doenças, 10ª revisão (CID.10), refere-se ao Autismo Infantil (ou síndrome de Kanner) como uma Síndrome existente desde o nascimento ou que começa quase sempre durante os trinta primeiros meses, onde as respostas aos estímulos auditivos e às vezes aos estímulos visuais são anormais, havendo, habitualmente, graves dificuldades de compreensão da linguagem falada. A fala é atrasada e, quando desenvolve, caracteriza-se por ecolalia, inversão de pronomes, imaturidade da estrutura gramatical e incapacidade de empregar termos abstratos. Geralmente há uma alteração do uso social da linguagem verbal e gestual. Os problemas de relação com os outros são os mais graves antes dos 05 anos de idade e comportam principalmente um defeito de fixação do olhar, das ligações sociais e da atividade de brincar.
A CID.10 fala do comportamento ritualizado do autista, com hábitos anormais, resistências às mudanças (sameness), apego à objetos singulares e brincadeiras estereotipadas. A capacidade de pensamento abstrato ou simbólico e de fazer fantasias está muito diminuída neste transtorno. O nível de inteligência varia do retardo profundo ao normal ou acima do normal. O desempenho é habitualmente melhor para as atividades que requerem aptidões mnêmicas ou visoespaciais automáticas do que para as que necessitam das aptidões simbólicas ou lingüísticas.
Portanto, sobre o Autismo Infantil a CID.10 diz tratar-se de "um transtorno invasivo de desenvolvimento definido pela presença de desenvolvimento anormal e/ou comprometido que se manifesta antes da idade de 3 anos e pelo tipo característico de funcionamento anormal em todas as três áreas de interação social, comunicação e comportamento restrito e repetitivo. Sublinha que o transtorno ocorre em garotos três ou quatro vezes mais freqüentemente que em meninas.

Introdução : sabendo mais sobre Aids e HIV

A sigla Aids significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. O vírus  da Aids é conhecido como HIV e encontra-se no sangue, no esperma, na secreção vaginal e no leite materno das pessoas infectadas pelo vírus. Objetos contaminados pelas substâncias citadas, também podem transmitir o HIV, caso haja contato direto com o sangue de uma pessoa.
Após o contágio, a doença pode demorar até 10 anos para se manifestar. Por isso, a pessoa pode ter o vírus HIV em seu corpo, mas ainda não ter Aids. Ao desenvolver a Aids, o HIV começa um processo de destruição dos glóbulos brancos do organismo da pessoa doente. Como esses glóbulos brancos fazem parte do sistema imunológico ( de defesa ) dos seres humanos, sem eles, o doente fica desprotegido e várias doenças oportunistas podem aparecer e complicar a saúde da pessoa. A pessoa portadora do vírus HIV, mesmo não tendo desenvolvido a doença, pode transmiti-la. 
Formas de Contágio
A Aids é transmitida de diversas formas. Como o vírus está presente no esperma, secreções vaginais, leite materno e no sangue, todas as formas de contato com estas substâncias podem gerar um contágio. As principais formas detectadas até hoje são : transfusão de sangue, relações sexuais sem preservativo, compartilhamento de seringas ou objetos cortantes que possuam resíduos de sangue. A Aids também pode ser transmitida da mão para o filho durante a gestação ou amamentação.
Principais Sintomas da Aids
Como já dissemos, um portador do vírus da Aids pode ficar até 10 anos sem desenvolver a doença e apresentar seus principais sintomas. Isso acontece, pois o HIV fica "adormecido" e controlado pelo sistema imunológico do indivíduo. Quando o sistema imunológico começa ser atacado pelo vírus de forma mais intensa, começam a surgir os primeiros sintomas. Os principais são: febre alta, diarréia constante, crescimento dos gânglios linfáticos, perda de peso e erupções na pele. Quando a resistência começa a cair ainda mais, várias doenças oportunistas começam a aparecer: pneumonia, alguns tipos de câncer, problemas neurológicos, perda de memória, dificuldades de coordenação motora, sarcoma de Kaposi (tipo de câncer que causa lesões na pele, intestino e estômago). Caso não tratadas de forma rápida e correta, estas doenças podem levar o soropositivo a morte rapidamente.
Formas de Prevenção
A prevenção é feita evitando-se todas as formas de contágio citadas acima. Com relação a transmissão via contato sexual, a maneira mais indicada é a utilização correta de preservativos durante as relações sexuais. Atualmente, existem dois tipos de preservativos, também conhecidos como camisinhas : a masculina e a feminina. Outra maneira é a utilização de agulhas e seringas descartáveis em todos os procedimentos médicos. Instrumentos cortantes, que entram em contato com o sangue, devem ser esterilizados de forma correta antes do seu uso. Nas transfusões de sangue, deve haver um rigoroso sistema de testes para detectar a presença do HIV, para que este não passe de uma pessoa contaminada para uma saudável.
Tratamento
Infelizmente a medicina ainda não encontrou a cura para a Aids. O que temos hoje são medicamentos que fazem o controle do vírus na pessoa com a doença. Estes medicamentos melhoram a qualidade de vida do paciente, aumentando a sobrevida. O medicamento mais utilizado atualmente é o AZT ( zidovudina ) que é um bloqueador de transcriptase reversa. A principal função do AZT é impedir a reprodução do vírus da Aids ainda em sua fase inicial. Outros medicamentos usados no tratamento da Aids são : DDI ( didanosina ), DDC ( zalcitabina ), 3TC ( lamividina ) e D4T ( estavudina ). Embora eficientes no controle do vírus, estes medicamentos provocam efeitos colaterais significativos nos rins, fígado e sistema imunológico dos pacientes.
Cientistas do mundo todo estão trabalhando no desenvolvimento de uma vacina contra a Aids. Porém, existe uma grande dificuldade, pois o HIV possui uma capacidade de mutação muito grande, dificultando o trabalho dos cientistas no desenvolvimento de vacinas.
Você sabia?
- Dia 1 de dezembro comemora-se o Dia Mundial de Luta contra a Aids.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Doenças sexualmente transmitidas ou DSTs

são doenças infecciosas que podem ser disseminadas através do contato sexual. Algumas podem também ser transmitidas por vias não sexuais, porém formas não-sexuais de transmissão são menos frequentes. Estima-se que de 10 a 15 milhões de americanos tenham doenças sexualmente transmitidas, muitos dos casos são epidêmicos, incluindo gonorréia, inflexão da uretra não causada pela gonorréia, herpes genital, candiloma, scabics (mites) e infecções na uretra e na vagina causadas pela bactéria Chlamydia trachomatis, pelo protozoário Trichomas e pelo fungo monilia. Vários estudos mostram que as doenças sexualmente transmitidas afetam pessoas de ambos os sexos, de todas as raças e de todos os níveis sociais nos Estados Unidos.
Um grande número de infecções são transmitidas predominantemente ou exclusivamente por contato sexual. Além das doenças epidêmicas que foram citadas acima, podemos incluir a sífilis, o chato (pediculosis pubis), infecção vaginal causada pela bactéria Hemophilus e muitas outras. DSTs podem ser causadas por uma grande variedade de organismos, tais como o protozoário Trichomonas, a levedura causadora de moniliasis, bactérias causadoras da gonorréia e da sífilis e o vírus que causa a herpes genital.

Transmissão
A transmissão de todas estas doenças só ocorre através do contato íntimo com a pessoa infectada, porque todos os organismos causadores morrem rapidamente se forem removidos do corpo humano. Apesar da área de contato ser normalmente as genitais, a prática de sexo anal e oral pode também causar infecções. Gonorréia, sífilis e infecção clamidial podem ser transmitidas de um portadora grávida ao filho que está sendo gerado, tanto através do útero como através do parto.
Apesar das doenças venéreas se manifestarem na genitália externa, elas podem atingir a próstata, o útero, os testículos e outros órgãos internos. Algumas dessas infecções causam apenas uma irritação local, coceira e uma leve dor, porém a gonorréia e clamídia podem causar infertilidade em mulheres.

Controle
A natureza epidêmica das doenças sexualmente transmitidas as torna de difícil controle. Algumas autoridades em saúde pública atribuem o aumento no número de casos destas doenças ao aumento de atividade sexual. Outro fator que também contribui significativamente é a substituição do uso de camisinha (condom) - que oferece alguma proteção - por pílulas e diafragmas com métodos anticonceptivos. Os padrões das doenças sexualmente transmitidas são bastante variáveis. Enquanto a sífilis e a gonorréia eram ambas epidêmicas, o uso intensivo de penicilina fez com que a freqüência da sífilis caísse para um nível razoavelmente controlado; a atenção voltou-se então ao controle da gonorréia, foi quando a freqüência da sífilis aumentou novamente. Os casos de herpes genital e clamídia também aumentaram durante a década de 70 e durante o início da década de 80.
O tratamento de doenças sexualmente transmissíveis é feito basicamente com antibióticos. A penicilina tem sido uma droga eficiente contra a sífilis e a gonorréia, porém muitos dos organismos causadores da gonorréia são hoje resistentes à penicilina; usa-se nestes casos o ceftriaxone ou a spectinomicine. A tetraciclina é usada para tratar o linfogranuloma venéreo, o granuloma inguinale e a uterite clamidial.  Existem tratamentos específicos para a maioria das doenças sexualmente transmitidas, com exceção do molluscum contagiosum. A droga antivirus aciclovir tem se mostrado útil no tratamento da herpes.
A única forma de se prevenir a dispersão das doenças sexualmente transmitidas é através da localização dos indivíduos que tiveram contato sexual com pessoas infectadas e determinar se estes também necessitam tratamento. Localizar a todos, entretanto, é bastante difícil, especialmente porque nem todos os casos são reportados.
AIDS (SIDA) e a hepatite B são transmitidas através do contato sexual, porém estas doenças podem também ser transmitidas de outras formas.

Condiloma (HPV)
 
Condiloma é a designação genérica do Papilomavírus Humano. Outros denominações como condilomatose, condiloma acuminado e crista de galo também podem ser usadas. A exemplo do herpes, o condiloma tem períodos de latência (remissão) variáveis de um indivíduo para o outro. Causam lesões verrugosas, a princípio microscópicas e de difícil visualização a olho desarmado, que vão lentamente crescendo como lesões sobrepostas umas às outras, formando a designação popular de crista de galo. Podem chegar, em indivíduos com higiene precária, a lesões coalescentes e grandes como a palma da mão de um adulto. Seu contágio é quase que exclusivamente sexual (gênito-genital, oro-genital ou gênito-anal) e sua manifestação depende da imunidade do contaminado.


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  1. Condilomas acuminados em sulco balanoprepucial e na glande peniana;
  2. Condilomas acuminados e infecção subclínica no corpo peniano (penoscopia);
  3. Condiloma acuminado vaginal (lesão em tapete)
  4. Condiloma acuminado, orifício anal |(ânus);
  5. Região anal;
  6. Região anal;
  7. Região vulvar/periana;
  8. Lesões condilomatosas clássicas;
  9. Pênis com lesão HPV;
  10. HPV na uretra.
O diagnóstico faz-se por penoscopia direta (coloração especial que tinge as lesões condilomatosas quando presentes) e sempre que possível, biópsia para confirmar-se a suspeita clínica. Uma vez diagnosticado o condiloma, o tratamento é quase sempre é cirúrgico por uma destas modalidades: eletrocauterização ou eletrofulguração, que consiste em queimar as lesões ou a exerése das lesões que serão mandadas para exame anatomopatológico, fazendo-se assim a biópsia e o tratamento ao mesmo tempo. Muitas vezes os dois métodos são utilizados em conjunto, nas lesões extensas. A cauterização química com ácidos orgânicos que também queimam as lesões, têm uma série de contra-indicações e complicações que me levaram a quase descartá-lo para uso rotineiro.
O cliente com condilomatose deve ser alertado para a possibilidade de recidivas após os tratamentos, como se lesões latentes esperassem a hora certa para aparecer. Não raro estes clientes terão repetidas sessões de terapia. Também é importante salientar que no homem o condiloma é apenas uma lesão esteticamente feia, mas na mulher é precursor do câncer de colo do útero, uma doença grave. Portanto, tratar o homem é prevenir uma complicação séria para a mulher. Nestes casos, frequentemente recebemos o homem para penoscopia por solicitação do ginecologista da esposa, que diagnosticou displasia do colo de útero e suspeita de condiloma como agente causador.

Herpes
 
Os vírus herpes simples (VHS) tipo 1 e tipo 2 são ambos da família herpesvirus humanos, a qual ainda inclui o citomegalovírus, o Epstein-Barr vírus, varicela zoster vírus e herpesvirus humanos específicos (Kaposi). A principal característica dos herpesvírus é a de produzir infecções latentes, potencialmente recorrentes. A latência se desenvolve a partir da sobrevivência do material genético do vírus dentro de células hospedeiras, sem produção de partículas infectantes.
A infecção genital pelo VHS é adquirida a partir do contato de superfícies cutâneas (pele) ou mucosas genitais com os vírus infectantes. Sendo um parasita celular obrigatório (é desativado pela perda de umidade à temperatura ambiente), é pouco provável que se transmita por aerossol (gotas microscópicas) ou fômites (peças de vestuário íntimo, assento do vaso sanitário, papel higiênico, etc.), sendo o contato sexual, orogenital  ou genito-anal  e gênito-genital, o modo habitual de transmissão.
Acredita-se, a exemplo de outras infecções genitais, que o VHS penetre no corpo humano por pequenas escoriações (raspados) ou fissuras na pele ou mucosas, resultante do ato sexual. Após sua infecção, o VHS é transportado através dos neurônios (nervos), com isto podendo variar seus locais de recidiva. Na infecção inicial a gravidade das lesões será diretamente proporcional à imunidade da pessoa, disto também dependerá a freqüência e gravidade das recidivas. A pessoa que teve infecção anterior pelo VHS oral poderá ter uma infecção pelo VHS genital atenuada (menos grave) pela presença de anticorpos cruzados.
Não existe até o presente momento, cura para qualquer tipo de herpes. Todo o tratamento proposto visa aumentar os períodos de latência em meses e até anos. A partir de diagnóstico clínico e laboratorial, medidas higiênicas devem ser tomadas para o indivíduo e sua/seus parceiros sexuais. Em mulheres grávidas, maiores cuidados em relação ao feto devem ser adotados, mesmo que o diagnóstico não tenha sido na gestante e sim no seu parceiro sexual. Este, infectado, deve evitar o coito durante a gravidez ou fazê-lo de modo seguro.
Como adquiri isto ? Pergunta freqüente de consultório, sempre implicando em "infidelidade". Esta pode estar presente, sem dúvida, mas grande parte dos infectados é assintomático até sua primeira crise herpética, num intervalo que pode ser de muito tempo e depois de vários relacionamentos amorosos.
Lembro aqui que o perigo maior de contágio está nas lesões por recorrência quando então o indivíduo deve se proteger para não transmitir durante a atividade sexual.
 Fatores que baixam a imunidade, como gripes ou resfriados e o  stress podem contribuir para tornar as recidivas mais freqüentes. Por isto pacientes aidéticos podem ser cronicamente molestados por esta doença. Não há evidências médicas de relação do herpes com qualquer tipo de câncer humano.


Uretrites

Secreção uretral na uretrite
É a designação genérica para processos inflamatórios ou infecciosos da uretra (canal que conduz a urina da bexiga para o meio externo, ao urinarmos) masculina e feminina. Os sintomas da uretrite compreendem: a descarga uretral (secreção) que varia de acordo com o agente etiológico, desconforto urinário sob forma de ardência e/ou dor para urinar e às vezes sensação de "coceira" na parte terminal da uretra (perto do meato urinário na glande peniana). Estes três principais sintomas podem variar de intensidade de acordo com a doença.
As uretrites inflamatórias (sem a participação de germes), em grande parte, são originadas pelo trauma externo, como por exemplo o hábito de ordenhar a a uretra após urinar, ou hábito masturbatório, lembrando aqui que a uretra é uma estrutura bastante superficial e sensível. O trauma interno, como aquele que ocorre após manipulação com instrumentos ou sondas, também pode originar uma uretrite inflamatória, que deverá receber tratamento sintomático adequado.
As uretrites infecciosas são doenças sexualmente transmissíveis (DST), que é o nome atualmente aceito para as antigas doenças venéreas, termo este empregado no passado, quando blenorragia (gonorréia) e sífilis dominavam o cenário das DST. Ainda deste conceito temos a classificação das uretrites infecciosas, como uretrite gonocócica e não-gonocócica. A gonocócica, como diz o termo, é a causada pelo gonococo (N. gonorrhoeae)  e as não-gonocócicas são mais comumente causadas por um dos germes a seguir: clamidia, micoplasma e ureaplasma. A uretrite gonocócica produz extremo desconforto uretral, com dor, ardor, urgência urinária e secreção abundante, esverdeada, que suja a roupa íntima do(a) portador(a). Já as demais uretrites, podem ter sintomatologia escassa, com pouca ou nenhuma secreção no início da doença. Um dos sintomas mais comuns, é o misto de ardência para urinar com coceira após urinar. Na suspeita deste tipo de uretrite, devem ser realizados exames laboratoriais para se tentar descobrir o germe responsável. Uma história detalhada e um exame físico minucioso devem ser realizados. 
Muitas uretrites inadequadamente tratadas podem evoluir para complicações mais sérias, como uma cervicite e doença inflamatória pélvica na mulher ou orquite, epididimite ou prostatite no homem. Na maior parte das vezes o urologista vai preferir tratar o casal, mesmo que o(a) parceiro(a) não apresente sintomas importantes. Como sequelas das complicações das uretrites mal conduzidas, podemos citar infertilidade e as estenoses de uretra.  


Candidíase

Pênis com balanopostite

Pênis com balanopostite por cândida
É a infecção causada pela Cândida albicans, e não é obrigatoriamente uma DST. No homem, balanopostite ou postite por cândida e na mulher, vaginite ou cervicite por cândida. É um fungo que habita normalmente nosso organismo, tendo a função de saprófita (alimenta-se de restos celulares) no aparelho genital. Como qualquer outra micose, gosta de ambientes quentes e úmidos, como a vagina e o prepúcio. No homem, o microtraumatismo peniano que resulta de uma relação sexual pode ser o suficiente para desencadear o processo de instalação de uma balanopostite por cândida, que com certeza vai incomodar seu portador. Surge já nas primeira horas uma ardência ao contato com secreção vaginal ou à própria urina, bem como a pele torna-se avermelhada, brilhante e friável (descama com facilidade ao toque) com um prurido (coceira) intensa. Na mulher, o sintoma mais importante é o prurido vaginal ou dos lábios da vulva, seguido ou não por secreção vaginal (corrimento) branco. No período menstrual, como há intensa descamação do endométrio e perda de sangue (células mortas), há um aumento da população da cândida ( e outros saprófitas), pois há uma quantidade maior de restos celulares a serem removidos do organismo. Também, o uso prolongado de antibióticos, que não agem sobre os fungos, pode fazer uma seleção destes, aumentando sua população no organismo (por exemplo, sapinho). O contato sexual nestes dias pode resultar em candidíase em ambos os sexos. A excessiva população de cândida acidifica ainda mais o ph vaginal, que é o que causa a dor e a ardência genital em ambos os sexos.

Candidose peniana
A queixa pode surgir de qualquer dos sexos e como dito acima, é a cândida uma habitante normal de nosso organismo, desde que não nos agrida. Portanto, não há a menor possibilidade de erradicá-la definitivamente, uma vez que a adquiriremos novamente horas após, pela dieta, pelo ambiente, convívio social, sexual, etc. O tratamento visa principalmente alívio para os sintomas e diminuir a população do fungo a uma quantidade que não agrida nosso organismo. O tratamento do casal é imperativo e medidas higiênicas adequadas devem ser adotadas para seu controle efetivo.
Em alguns homens portadores de diabetes, pode ser necessária a remoção cirúrgica do prepúcio (circuncisão), como uma medida profilática à balanopostite por cândida. Ainda, o uso inadequado de absorventes ou duchas vaginais possuem papel importante na recidiva da candidíase da mulher.


Cancro
 
Também conhecido por cancróide, é uma DST aguda e contagiosa, que se caracteriza por lesões genitais ulceradas e dolorosas que evoluem com a supuração (saída de pus) dos linfonodos (gânglios) inguinais.
É causada pelo Hemophilus ducreyi e o período de incubação é de 3 a 7 dias após o contato sexual suspeito. Pequenas lesões avermelhadas e elevadas (pápulas) se rompem e tornam-se úlceras rasas, com as bordas macias e com anel avermelhado ao redor. Tais úlceras variam de tamanho e podem se agrupar (coalescentes), formando uma lesão maior, intensamente dolorosa.
Os linfonodos inguinais se tornam dolorosos, aumentados de tamanho e agrupados (bubão), sendo facilmente palpáveis. Forma-se aí o abscesso que pode drenar através da pele da virilha.



Sífilis
Doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e normalmente transmitida através do contato sexual ou pelo beijo. A infecção através de objetos contaminados é bastante rara, pois a bactéria morre em contato com o ar. Um feto carregado por uma portadora de sífilis pode contrair a doença, condição denominada de sífilis congênita.
Histórico
Acredita-se que a sífilis foi introduzida na Europa em 1493 por um grupo de marinheiros retornando da primeira expedição de Cristovão Colombo à America. Já no século XVI, a sífilis tornou-se a maior epidemia pública. O aspirilo, responsável pela doença, foi descoberto somente em 1905, pelo zoologista alemão Fritz Schaudinn. Em 1906 o bacteriologista alemão August vom Wassermann desenvolveu o primeiro exame de sangue para diagnosticar a doença. Em 1909 outro bacteriologista alemão, Paul Ehrlich, desenvolveu o primeiro tratamento efetivo. Em 1943 a penicilina mostrou-se bastante efetiva no combate à sífilis e até hoje continua sendo o medicamento preferido para o tratamento dessa doença.

Intensos programas de saúde pública reduziram o número de casos reportados nos Estados Unidos de 160.000  (1947) para 25.000 (1975), porém o número cresceu para mais de 39.000 em 1988. Durante a década de 70, a maioria dos casos de sífilis em homens ocorreu em homossexuais, entretanto o aumento no número de casos durante a década de 80 aparenta ser em indivíduos heterossexuais. Este fato aumenta a incidência da sífilis congênita, que causa um grande índice de mortalidade infantil. Pessoas portadoras de AIDS (SIDA) têm maiores chances de desenvolver sérias formas de sífilis e a sofrerem recaídas após tratamentos que normalmente curam a doença.
Estágios e Sintomas
O primeiro estágio da sífilis é caracterizado por uma pequena lesão, que aparece na região de contágio, de três a seis semanas após a contração. Os fluidos oriundos dessa lesão são extremamente infecciosos. Em um segundo estágio, que manifesta-se cerca de seis semanas mais tarde, ocorre um repentino aparecimento de lesões. Úlceras doloridas desenvolvem-se na boca, assim como em várias regiões do corpo; lesões em forma de pequenas protuberâncias, também altamente infecciosas, podem aparecer na região genital; dores de cabeça, febre e inchamento das glândulas linfáticas são, algumas vezes, observados. Estes sintomas normalmente desaparecem de 3 a 12 semanas. A doença entra então em um estágio latente não apresentando sintomas externos, porém as inflamações podem instalar-se em órgãos internos. Este estágio latente pode durar de 20 à 30 dias. Em 75% dos casos não ocorrem outros sintomas além dos já mencionados; entretanto, quando o estágio final ocorre (sífilis terceira), nódulos enrijecidos podem se desenvolver em tecidos sob a pele, nos tecidos mucosos e nos órgãos internos. Os ossos são freqüentemente afetados, assim como o fígado, os rins e outros órgãos viscerais. Infecção do coração e dos principais vasos sanguíneos ocorrem em casos terminais. Em aproximadamente 15% dos casos de sífilis terceira ocorre o que é chamado neurosífilis, representado pela perda do controle urinário, degeneração dos reflexos e perda da coordenação muscular, que pode levar à paralisia. Durante este estágio, infecções no trato urinário podem, em uma gravidez, levar ao aborto ou ao nascimento de uma criança portadora de sífilis congênita. Crianças afetadas normalmente apresentam sinais típicos como: testa grande, nariz seliforme e dentes mal formados. Perto da segunda década da vida, tais crianças podem apresentar deterioração no sistema nervoso central.


A sífilis é detectada através dos sintomas de um dos vários testes de sangue ou de fluido da coluna espinhal. A droga mais usada no tratamento é a penicilina benzatina que é ministrada em duas injeções separadas por uma semana de intervalo. Quando se trata de neurosífilis, o antibiótico é ministrado três vezes por semana.
O controle da sífilis inclui localizar as pessoas que tiveram contato sexual com portadores e tratar aquelas cujo contato se deu durante o período de contaminação. O uso da camisinha oferece alguma proteção contra a sífilis.


AIDS (SIDA)
Síndrome da deficiência imunológica adquirida é uma condição que resulta na supressão do sistema imune relacionada à infecção pelo vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus). Uma pessoa infectada com o vírus HIV perde gradativamente a função imune de algumas células imunológicas denominadas CD4 linfócitos-T ou CD4 células-T, tornando a pessoa infectada vulnerável à pneumonia, infecções fúngicas e outras enfermidades comuns. Com a perda da função imune, uma síndrome clínica (um grupo de várias enfermidades que, em conjunto, caracterizam a doença) se desenvolve com o passar do tempo e eventualmente pode causar a morte devido a uma infecção oportunista (infecções por organismos que normalmente não causam mal algum, exceto em pessoas que estão com o sistema imunológico bastante enfraquecido) ou um câncer.
Histórico
Durante o início dos anos 80 se observou um grande número de mortes causadas por infecções oportunistas em homens homossexuais que, apesar de tal infecção, eram pessoas saudáveis. Até então estas infecções oportunistas causavam morte normalmente em pacientes que receberam órgãos transplantados e estavam recebendo medicamento para suprimir a resposta imune.

Em 1983, Luc Montaigner, um francês especialista em câncer, juntamente com outros cientistas do Instituto Pasteur em Paris, isolaram o que parecia ser um novo retrovírus humano (um tipo especial de vírus que se reproduz de maneira diferente) de uma glândula (nódulo) linfática de um homem sob risco de AIDS. Simultaneamente cientistas norte americanos liderados por Robert Gallo, trabalhando no Instituto Nacional do Câncer em Bethesda (Maryland) e  o grupo liderado pelo virologista norte americano Jay Levy de San Francisco isolaram o retrovírus de pessoas com AIDS e também daquelas que tinham contato com portadores da doença. Os três grupos de cientistas isolaram o que hoje se conhece como vírus da imunodeficiência humana (HIV), o vírus que causa a AIDS. A infecção por este vírus não significa necessariamente que a pessoa tenha AIDS, porém erroneamente costuma-se dizer que a pessoa HIV-positiva tem AIDS. De fato, um indivíduo HIV-positivo pode permanecer por mais de 10 anos sem desenvolver nenhum dos sintomas clínicos que diagnosticam a doença.
Em 1996 estimou-se que 22,6 milhões de pessoas no mundo estavam vivendo com o HIV ou com a AIDS, dos quais 21,8 milhões eram adultos e 380.000 crianças. A Organização Mundial da Saúde estimou que no período entre 1981, quando o primeiro caso de AIDS foi diagnosticado, e em 1996 mais de 8,4 milhões de adultos e crianças desenvolveram a doença. Estimou-se também que no mesmo período 6,4 milhões de mortes foram causadas pelo vírus HIV.


Infestações
Termo que significa a existência de parasitas na pele (ou derme) e que podem ser transmitidos pela atividade sexual, embora não obrigatoriamente. Destacamos aqui a infestação por piolhos (Phthirus pubis), pela sarna (Sarcoptes scabeis) e pelos carrapatos (ou chatos). Tais ectoparasitas (parasitas externos) infestam principalmente as regiões cobertas por cabelos como a região púbica (pêlos púbicos) de ambos os sexos. Obviamente tais parasitas podem também ser adquiridos de roupa de cama ou de banho (toalhas), roupas íntimas, animais, etc...Seu principal sintoma será o prurido (coceira) e vermelhidão devido aos minúsculos túneis sob a derme que podem ser estar infectados por bactérias oportunistas. Se não tratadas, tais infecções secundárias por bactérias, podem, associadas ao ato de coçar o local, disseminar pelo resto do corpo tais infestações e ainda levar a complicações mais sérias, como abscessos (coleção de pus). Resta claro neste parágrafo, que os portadores de infestações devem ser orientados quanto aos seus hábitos de higiene. O tratamento é feito de acordo com o parasita e medidas profiláticas devem ser adotadas no ambiente onde vive o indivíduo.

Linfogranuloma Venéreo
  • Etiologia - É causado pela Chlamydia trachomatis;
  • Patogênese - A doença é contraída, exclusivamente, via transmissão sexual: sua incidência é baixa, com maior prevalência no grupo etário de 15 a 30 anos. O período de incubação varia de 1 a 3 semanas;
  • Sintomatologia - Manifesta-se com lesão inicial de tipo pustuloso, freqüentemente despercebida. Em seguida, surge adenopatia inguinal, conhecida como bubão, unilateral, que pode passar à fase supurativa. Nas mulheres, pode faltar a adenite inguinal, mas é freqüente o acometimento dos gânglios pararretais. Pode haver manifestações sistêmicas tais como mal-estar, febre, anorexia, dor pélvica, etc.;
  • Diagnóstico laboratorial - Por bacterioscopia direta (coloração de Giemsa), cultura, sorologia, imunofluorescência, intradermo-reação de Frei;
  • Tratamento da adenite - repouso e calor local. Quando a adenite for maior que 5 cm, aspirar com agulha de grosso calibre; pode ser feita lavagem com antibiótico.
Tratar sempre o parceiro sexual

Donovanose
  • Etiologia - É causada pela Calymmatobacterium granulomatis , patógeno Gram-, anaeróbico facultativo;
  • Patogênese - Transmissão sexual com período de incubação de 8 a 30 dias, mais freqüente nas regiões tropicais. Sua maior incidência é no sexo masculino, preferencialmente em homossexuais e indivíduos de baixas condições sócio-econômicas;
  • Sintomatologia - Na maioria dos casos, a lesão inicial se localiza no prepúcio, sulco balanoprepucial, vulva ou vagina. Geralmente indolor, inicia-se por pápulas que coalescem e ulceram. Pode avolumar-se dando origem às formas "nodular" e "elefantiásica"; 
  • Diagnóstico laboratorial - É feito, principalmente, por exame direto - detecção de C. granulomatis em esfregaços corados pelo Giemsa ou procurando os corpúsculos de Donovan no interior do granuloma (método histopatológico);
  • Tratamento - O tratamento tradicional é constituído por tetraciclina, estreptomicina, cotrimoxanol, cloranfenicol. Nenhuma destas drogas deve ser empregada por menos de três semanas.
Tratar sempre o parceiro sexual

Vaginose Bacteriana e Vulvovaginites
  • Etiologia - Pode ser classificada em infecciosa e não infecciosa (causa hormonal, agentes físicos e químicos, de contato, etc.) Na infecciosa os agentes mais comuns são: Trichomonas vaginalis, Candida albicans, G. vaginalis, C. trachomatis, N. gonorrhoeae;
  • Patogênese - Em cada faixa etária, tende a aparecer um tipo específico de Vulvovaginite. As vulvovaginites de causa hormonal aparecem principalmente na infância, senescência e em usuárias de pílulas; as infecciosas são mais freqüentes dos 15 aos 35 anos;
  • Sintomatologia - Secreção abundante, com ou sem odor característico, de consistência e cor variadas, prurido, edema, disúria;
  • Diagnóstico laboratorial - Medidas gerais tais como abstinência sexual, higiene genital, restauração do pH vaginal, uso de anti-inflamatórios por via sistêmica e local. Conforme o agente atiológico, se usa terapia específica (trichomonas: nitroimidazólicos; herpes vírus: antivirais; fungos: antifúngicos, por via oral ou tópica);
Tratar sempre o parceiro sexual

Salpingite Aguda
  • Etiologia - É causada pela disseminação ascendente, não relacionada a ciclo gravídico-puerperal ou cirurgias, de microorganismo que, partindo da vagina, acomete órgãos genitais superiores e/ou estruturas adjacentes (OMS,1986). Conforme a localização, usa-se a seguinte terminologia:
    • salpingite - A mais freqüente e preocupante por suas seqüelas: endometrite, parametrite, salpigoforite, abscesso pélvico (tubo-ovariano);
      Do ponto de vista etiológico, as Salpingites podem-se dividir em:
    • infecção por germes causadores de DST (gonococo, clamídias, micoplasmas);
    • infecções por organismos presentes na flora vaginal (estreptococos, estafilococos, hemófilos, E.coli, anaeróbicos);
    • infecções de etiologia desconhecida.
  • Patogênese - A manifestação da salpingite aguda está relacionada com a atividade sexual, particularmente com o número de parceiros sexuais;
  • Sintomatologia - Dor pélvica, freqüentemente relacionada com o início do ciclo menstrual, disfunção menstrual, dispareunia, anorexia, náusea e vômito, dor à palpação e mobilização do útero;
  • Tratamento - Deve ser eficaz tanto contra os agentes das DSTs, como contra as demais bactérias envolvidas, principalmente as anaeróbicas.
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